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Por Que A Vacinação Do HPV Deve Incluir Meninos E Adultos De Ambos Os Sexos

Atualizado em: 02/11/2017 às 16h55

 

Embora a campanha de vacinação contra o HPV do Governo destine-se a meninas de 9 a 11 anos e tenha iniciado em 2014 pelas adolescentes de 11 a 13 anos, a vacina pode e deve ser aplicada em meninos e em adultos de ambos os sexos.

 

O Papiloma Vírus Humano é a principal causa de doenças sexualmente transmissíveis em todo o mundo. Ele é o responsável por 99% dos casos de câncer de colo do útero, mas também por verrugas nos órgãos genitais, câncer de pênis, ânus, vulva e orofaringe.

 

O vírus está disseminado no planeta – cerca de 90% da população mundial já teve algum contato com o HPV. Os organismos competentes o combatem naturalmente, mas 5% acabam desenvolvendo algum tipo de câncer.

 

Os tumores de boca, faringe, laringe e amígdala, chamados tumores de cabeça e pescoço, por exemplo, estão aparecendo também em pessoas mais jovens, entre 30 e 45 anos, que não fumam ou bebem pouco. Antes, as maiores vítimas eram fumantes acima de 50 anos. Atribui-se esta mudança à transmissão do HPV pelo sexo oral. Há uma década, o HPV respondia por 25% dos casos de câncer de amígdala e agora o índice é de 80%. O câncer de garganta do ator Michael Douglas chamou a atenção para esta nova realidade.

 

A transmissão do HPV se dá não apenas pela penetração, mas pelo contato direto com a mucosa infectada. O vírus é transmitido por algo descamando no corpo. É raro, mas pode acontecer mesmo num beijo.

 

Estados Unidos, Áustria e Austrália já se convenceram de que a vacinação tem que ser ampla, prioritariamente para meninos e meninas que ainda não tiveram nenhuma exposição ao vírus. E porque a melhor resposta imunológica ocorre até os 15 anos. Porém, adultos também podem se beneficiar, já que existem mais de 100 tipos de HPV e de 30 a 40 já foram associados a diferentes tumores. A pessoa pode ter tido contato com um tipo, mas com outro não.

 

As vacinas existentes atualmente combatem os tipos 6, 11, 16 e 18, mas podem oferecer imunidade parcial contra outros tipos, graças à relação filogenética que há entre eles, resultando na chamada proteção cruzada.

 

Uma das grandes dificuldades de frear o HPV é o fato de os homens serem um dos principais transmissores e as campanhas de prevenção estarem centralizadas no público feminino. A opção se justifica porque o colo do útero é a parte do corpo que oferece menor resistência ao HPV, com cerca de 15 mil novos casos a cada ano no Brasil. E por fatores econômicos, claro.

 

Vacinar os garotos é fundamental para quebrar a cadeia de transmissão. Meninos imunizados, quando adolescentes ou adultos, não passariam o vírus a parceiras ou parceiros não vacinados, aumentando a imunidade coletiva. Além de proteção pessoal, é também solidariedade de gênero.

 

O virologista alemão Harald zur Hausen, ganhador do Prêmio Nobel pela descoberta de que o HPV causa câncer de colo do útero, diz que o vírus pode ser erradicado se os governos adotarem programas globais de vacinação para todas as crianças.

 

Até o presente momento, o único câncer para o qual há vacina é o provocado pelo HPV. Vale a pena, então, o esforço para combatê-lo e livrar as futuras gerações dos seus efeitos maléficos. Assim como aconteceu com a varíola.

 

A vacinação está disponível na rede privada do Brasil desde 2009. Na Climep também.

 

 

Newton Bellesi, CRM-PA 765

Médico infectologista e imunoalergologista

nbellesi@climep.com.br

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