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Médico Dispensa Paciente ‘Antivacina’ Nos EUA
Atualizado em: 02/11/2017 às 13h06
Em surto de sarampo nos EUA, médico dispensa paciente ‘antivacina’
EUA têm a segunda maior epidemia de sarampo nos últimos 15 anos.
Desde dezembro, houve 98 casos, muitos ligados à Disney na Califórnia.
Em meio a um surto de sarampo que atinge o estado da Califórnia, nos Estados Unidos, o médico Charles Goodman colocou um aviso claro em sua sala de espera e no Facebook: seu consultório não vai mais atender crianças cujos pais são contrários à vacinação.
“Pais que escolhem não dar vacinas de sarampo não estão apenas colocando seus filhos em risco, mas também estão colocando outras crianças em risco – especialmente crianças em minha sala de espera”, disse o pediatra de Los Angeles.
Este sentimento está se tornando mais comum nos últimos anos. Um pequeno número de médicos tem “demitido” pacientes que continuam acreditando em pesquisas de credibilidade duvidosa que ligam a vacina ao autismo. Eles esperam que a estratégia leve os pais a mudar de ideia; se isso falhar, eles esperam ao menos reduzir o risco de contaminação de outras crianças nos consultórios.
98 casos de sarampo
A tática aparece como uma reação à segunda maior epidemia de sarampo nos últimos 15 anos nos EUA, com ao menos 98 casos reportados desde o mês passado. A maioria dos casos está relacionada direta ou indiretamente aos parques da Disney na Califórnia.
A Academia Americana de Pediatria diz que os médicos devem falar sobre a importância das vacinações durante as consultas, mas devem respeitar a vontade dos pais, a menos que exista um risco significativo para as crianças.
“Em geral, pediatras devem evitar dispensar pacientes somente porque seus pais se recusam a imunizar os filhos”, dizem as diretrizes divulgadas pelo grupo.
Algumas mães que foram dispensadas pelos pediatras de seus filhos dizem se sentir “traídas e chateadas”, diz Dotty Hagmier, fundadora do grupo de apoio “Moms in Charge” (ou “Mães no Comando”), Ela diz que esses pais se decidiram sobre a recusa da vacina depois de “pesquisas cuidadosas para entender os riscos e os benefícios para as circunstâncias de seus próprios filhos”.
Abandonar pacientes que se recusam a tomar vacina tornou-se um tópico no “SERMO”, uma plataforma online de discussão entre médicos. Alguns são defensores da estratégia de recusar os pacientes “antivacina”, dizendo que não querem ser responsáveis pela morte de alguém por uma doença que poderia ser prevenida. Outros dizem que recusar tratamento a essas pessoas significa mandá-los para os braços de charlatões.