Artigos
IMUNODEFICIÊNCIAS PODEM SER PREVENIDAS?
Atualizado em: 30/05/2018 às 11h18A maioria das crianças com imunodeficiência sofre infecção grave e incontrolável, evoluindo para óbito no primeiro ano de vida. Exames recentemente disponibilizados possibilitam a identificação precoce das alterações e confirmação diagnóstica para tratamento adequado, com resultados positivos para toda a existência.
29mai18, NBellesi, CLIMEP – As imunodeficiências constituem-se um grupo de doenças envolvendo defeitos da imunidade, o conjunto de recursos que defende o organismo de agressões externas e internas, para manter sua integridade. A imunidade não só defende o organismo de agentes de doenças, como vírus, bactérias, fungos, protozoários, vermes, como destrói células defeituosas do próprio organismo.
Existem dois grupos de imunodeficiências: as primárias ou congênitas (IDP) e as secundárias ou adquiridas, como a AIDS.
A maioria das crianças nasce com imunidade, embora imatura, suficientemente funcional para defendê-la de toda forma de agressão aos seus tecidos e células. Algumas crianças, todavia, não têm a mesma sorte e nascem com alterações da imunidade que são identificadas no decorrer da vida, geralmente após os seis meses de idade. As manifestações da imunodeficiência podem ser tão graves, que comprometem a possibilidade da existência, mesmo sob a melhor atenção médica. Por esta razão é importante identificar as alterações da imunidade antes que as doenças se manifestem.
Felizmente essas doenças são raras. Mesmo não sendo frequentes, anualmente milhares de crianças brasileiras nascem com essas alterações. Lamentavelmente não existem exames facilmente disponíveis na rotina para identificar todas as imunodeficiências. Por outro lado, quando essas alterações são identificadas nos primeiros meses de vida, tratamento adequado (como transplante de medula) pode curar, oferecendo ao paciente vida semelhante a de crianças que nasceram com imunidade preservada.
Dentre as mais de 130 IDP incluem-se as imunodeficiências combinadas graves conhecidas como SCID (severe combined immunodeficiency), ou síndrome Wiskott-Aldrich. Constituem-se alterações que evoluem com deficiência de imunidade humoral (células B) e celular (células T). Para essas imunodeficiências estão disponíveis exames capazes de apontar precocemente alterações que conduzem ao diagnóstico e à instituição do tratamento, antes mesmo que o grave ciclo de doenças infecciosas se estabeleça. Esses exames são feitos com a mesma amostra de sangue do teste do pezinho, no contexto da triagem neonatal, conforme apresentado no Quadro.
Quadro – TRIAGEM NEONATAL oferecida pela CLIMEP |
Testes do pezinho, orelhinha, olhinho, coraçãozinho, linguinha, e de imunodeficiências e risco atópico (alergias) |
De acordo com o Ministério da Saúde e associações científicas brasileiras, amostra de sangue para testes do pezinho (e de imunodeficiências) deve ser coletada a partir do quarto dia do nascimento. Para melhores resultados e conforto da mãe puérpera e do bebê toda a TRIAGEM NEONATAL da CLIMEP é oferecida numa única manhã, juntamente com as vacinações do bebê, pais, cuidadores e familiares. |
Testes de triagem neonatal podem fazer a diferença para a existência do novo ser humano recém-chegado: perspectivas de vida normal e longa, ou vida de sofrimento e de riscos negativos. Os poucos exames de triagem neonatal atualmente disponíveis são todos importantes. Novos exames estão sendo constantemente incorporados à rotina – como o de imunodeficiências – ampliando as possibilidades de identificar e reduzir cada vez mais o risco de que, recém-nascidos com alterações congênitas não identificáveis clinicamente, evoluam com doenças, incapacidades e vida limitada. Prevenir é sempre melhor.
Newton Bellesi, médico infectologista e imunoalergologista, CRM-PA 765, RQE 2483 e RQE 5110, nbellesi@climep.com.br.