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A Importância Da Vacinação De Adultos
Atualizado em: 02/11/2017 às 23h34
82,6% das crianças brasileiras tomaram todas as vacinas recomendadas até os 18 meses de idade de acordo com um levantamento feito a pedido do Ministério da Saúde (MS), e publicado no periódico médico Vaccine. Passada essa fase, no entanto, a cobertura vacinal tem uma queda drástica. Segundo especialistas, há baixa informação e conscientização da população sobre a importância da vacinação em adultos. Dados do MS apontam, por exemplo, que apenas metade dos adultos de 20 a 29 anos tomou a vacina contra a hepatite B. Um adulto com a caderneta de vacinação desatualizada corre riscos não apenas de desenvolver formas mais agressivas das doenças, mas também de fazer as vezes de vetor de transmissão, podendo colocar crianças em risco – como os próprios filhos.
A vacina é produzida com partes de vírus ou bactérias enfraquecidos, que entram no organismo para estimular a produção de anticorpos. Um exemplo é vacinação contra o sarampo. Uma vez que os anticorpos estão em circulação no sangue, o corpo está em posição de combate, pronto para exterminar o vírus causador da doença. O problema é que algumas vacinas acabam por perder seu efeito protetor com o passar dos anos, e precisam de novas doses para reforço do efeito imune. “A vacinação infantil no Brasil tem bons índices. Nos adultos, quando esse reforço se faz necessário, a adesão ainda é muito baixa”, diz Renato Kfouri, presidente da Sociedade Brasileira de Imunização (SBIm).
Dentro do calendário de vacinações estipulado oficialmente, há o que se costuma chamar de imunidade de rebanho. Isso significa que quando, no mínimo, 95% do público alvo estão vacinados, os 5% restantes que não podem tomar vacina por motivos de saúde também estão protegidos. A lógica serve para estabelecer as metas de vacinações infantis, mas dita ainda a importância de manter a caderneta em dia quando adulto.
Em outras palavras, isso significa que um adulto não vacinado não coloca em risco apenas a sua saúde. Além de poder contrair versões mais agressivas de doenças como o sarampo, ele ainda pode servir como vetor de transmissão para crianças que não completaram a imunização. “Qualquer doença para a qual aquela pessoa não está vacinada, pode ser contraída e, por consequência, transmitida para outro indivíduo”, diz Paulo Olzon, infectologista da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Vacinação de adulto
19 a 49 anos
Difteria e tétano (dt) — uma dose a cada dez anos. Existe a opção da vacina dpta, que protege também contra a coqueluche e causa menos efeitos colaterais do que versões anteriores.
HPV – três doses da vacina até os 26 anos de idade. É importante lembrar que ela deve ser tomada por homens e mulheres. É contraindicada para gestantes. Existem dois tipos da vacina disponíveis no Brasil. Em uma delas, há imunização contra os tipos 6, 11, 16 e 18 de HPV — a segunda dose é dada dois meses após a primeira, a terceira, seis meses após a segunda (0-2-6 meses). Na segunda versão da vacina, há proteção contra os tipo 16 e 18 de HPV — a segunda dose deve ser tomada um mês depois da primeira, a terceira, seis meses após a segunda (0-1-6 meses).
Tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) — uma dose, mesmo quem já tenha tomado na infância. É contraindicada para gestantes e para pessoas com imunodeficiência.
Varicela — duas doses, com intervalo de três meses entre elas, para quem nunca tomou. Costuma ser indicada para adultos por ser uma vacina recente — muitas pessoas não a tomaram na infância. É contraindicada para gestantes e pessoas com imunodeficiência.
Hepatite A – duas doses, com intervalo de seis meses entre elas, para quem não tomou durante a infância ou nunca teve a doença.
Hepatite B — três doses, para quem não tomou durante a infância ou nunca teve a doença. A segunda dose deve ser tomada um mês após a primeira, a terceira, seis meses após a segunda (0-1-6 meses).
Meningocócica — uma dose.
Influenza — doses anuais.
50 a 64 anos
Difteria e tétano (dt) — uma dose a cada dez anos. Existe a opção da dpta, que protege também contra a coqueluche e causa menos efeitos colaterais.
Hepatite A — duas doses, com intervalo de seis meses entre elas, para quem não tomou ou nunca teve a doença.
Hepatite B — três doses, para quem não tomou ou nunca teve a doença. A segunda dose é dada um mês após a primeira, a terceira, seis meses após a segunda (0-1-6 meses).
Influenza — doses anuais.
Pneumocócica — uma dose, a partir dos 60 anos.
A partir de 65 anos
Difteria e tétano (dt) — uma dose a cada dez anos. Existe a opção da dpta, que protege também contra a coqueluche e causa menos efeitos colaterais.
Hepatite A — duas doses, com intervalo de seis meses entre elas, para quem não tomou ou nunca teve a doença.
Hepatite B — três doses, para quem não tomou ou nunca teve a doença. A segunda dose deve ser tomada um mês após a primeira, a terceira, seis meses após a segunda (0-1-6 meses).
Influenza — doses anuais
Pneumocócica — uma dose para quem tomou a primeira aos 60 anos, ou duas doses com intervalo mínimo de cinco anos entre elas.
Texto: Aline Andrade (com informações do Ministério da Saúde)