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HPV Aumenta Incidência De Câncer De Boca E Garganta Entre Jovens

Atualizado em: 02/11/2017 às 14h55

 

Se há vinte anos os registros de câncer de boca e garganta eram quase que exclusivamente entre pessoas acima dos 50 anos. Atualmente, um dado chama a atenção dos oncologistas: cada vez mais jovens — adultos até 40 anos — têm apresentados tumores malignos nessas partes do corpo. “A média etária de pessoas com câncer nessas áreas tem caído. Hoje em dia, atinge cerca de 30 a 40% de pessoas que não são tabagistas nem etilistas, e são mais jovens”, afirma o oncologista Luiz Paulo Kowalski, Diretor do Núcleo de Cabeça e Pescoço do Hospital A. C. Camargo.

 

De acordo com dados do Inca (Instituto Nacional do Câncer), os cânceres de cavidade oral e orofaríngeo estão entre os dez tipos de maior incidência em homens brasileiros. E, mesmo que o cigarro e o álcool ainda sejam suas principais causas, eles costumam exigir uma exposição prolongada para o desenvolvimento de um tumor — entre 15 e 30 anos de consumo. Por isso, um outro fator de risco tem sido considerado pelos pesquisadores: o papiloma vírus, popularmente conhecido como HPV, que tem a capacidade de desenvolver um câncer em menos tempo.

 

— Com a queda do consumo do tabaco, esperávamos diminuir a incidência e a mortalidade do câncer, mas houve uma mudança de perfil. Está caindo o número de cânceres relacionados ao tabaco, devido às campanhas de controle, mas estão aumentando os casos relacionados ao HPV. Pesquisadores apontam que, até 2030, o número de casos relacionados ao vírus deve superar os casos ligados ao tabaco nos Estados Unidos.

 

Um estudo atual, feito com orientação da bióloga e geneticista do A.C. Camargo e da Unesp (Universidade Estadual Paulista), Sílvia Regina Rogatto, aponta que em casos de câncer de amídala a incidência do HPV cresceu de 25%, registrados há 20 anos, para 80%.

 

Em uma outra pesquisa, comandada por Kowalski, os médicos detectaram que 32% dos casos de câncer de boca em jovens adultos eram em portadores do vírus. Em pacientes acima de 50 anos, a presença do vírus foi detectada em apenas 8%.

 

Contaminação pelo HPV

O estudo feito por Silvia e sua equipe em pacientes do A. C. Camargo, na capital paulista, e no Hospital do Câncer de Barretos, no interior do Estado, descobriu que 80% dos pacientes da capital são positivos para a presença do vírus enquanto os voluntários de Barretos correspondem a 15%.

 

De acordo com Kowalski, a presença em grandes capitais é mais evidente, pois os hábitos costumam ser um pouco diferentes.

 

Mas não se deve relacionar a transmissão exclusivamente à atividade sexual.

 

— O vírus pode ser transmitido por saliva, com um beijo, por exemplo. Antigamente não era educado beber no copo de ninguém, hoje já é uma coisa normal.

 

Estima-se que entre 25% e 50% das mulheres e 50% dos homens estejam infectados pelo HPV em todo mundo. Mas a maioria das infecções é transitória, sendo combatida espontaneamente pelo sistema imune. De acordo com pesquisas feitas entre homens norte-americanos, mexicanos e brasileiros, ao menos 2% da população adulta tem o vírus HPV e não apresenta nenhum sintoma.

 

Sintom

Existem papilomas que são como verrugas que podem aparecer na garganta ou na boca. Quem apresenta alguma ferida deve observar se ela está demorando a cicatrizar. Porém, mesmo quando o tumor maligno já se desenvolveu, pode não haver lesão visível. Em outros casos, pessoas que tiveram infecção podem não ter anticorpos elevados também.

 

— A infecção pode ser silenciosa.

 

No geral, cânceres de boca e garganta podem apresentar os seguintes sintomas: dor constante, nódulo, dificuldade para mastigar, rouquidão, dor na língua e mau hálito persistente.

 

— Quanto mais precoce o diagnóstico, melhor, pois o tratamento não é tão agressivo e as chances de recuperação são maiores. Uma lesão que durar mais de 15 dias é porque tem algo errado.

 

Os tumores ligados ao HPV tem uma taxa de cura maior do que os associados a tabaco e ao álcool. “Eles respondem melhor ao tratamento, tanto com cirurgia, que geralmente é seguido de radioterapia, quanto na associação de radioterapia e quimioterapia.”

 

Prevenção

A vacinação é a melhor forma de se prevenir.

 

— Ela dá imunização fazendo as três doses e é fundamental que se inicie uma campanha para vacinar todo mundo, principalmente meninos e meninas antes de iniciarem a vida sexual. Nós precisamos começar a trabalhar agora para ter efeito daqui a 15 ou 20 anos.

 

Outras formas de prevenção são: sexo seguro, se alimentar bem, não fumar, não beber, boa higiene oral e evitar traumatismos.

 

O nutricionista Fábio Gomes da Silva, da Unidade Técnica de Alimentação, Nutrição e Câncer do Inca (Instituto Nacional do Câncer) explica que um terço dos casos de câncer poderiam ser evitados se houvesse alimentação adequada e a prática de atividades físicas.

 

Verduras e frutas, especialmente as cítricas, são protetoras.

 

— A alimentação corresponde de 20 a 30% na prevenção.

 

A vacinação é muito econômica: custa apenas a metade, ou 1/3 do seguro anual de um automóvel, 1/5 a 1/8 da anuidade de uma escola privada, muito menos do que a média da mulher brasileira gasta em um ano no salão de beleza. Estima-se que a vacinação previna por 20 ou mais anos, talvez por toda a existência, o sofrimento, a doença e o encerramento precoce da vida, ocasionados pelo HPV. Na Climep você encontra a vacinação contra o HPV. Para saber mais sobre esse serviço, ligue 3181-1644.

 

Fonte: noticias.r7.com/saude

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