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EM DEZ DIAS, CASOS CONFIRMADOS DE SARAMPO DOBRARAM NO ESTADO
Atualizado em: 30/07/2018 às 09h35Em dez dias, o número de casos confirmados de sarampo dobrou no Estado do Rio. Até o dia 17 de julho, haviam 7 casos confirmados. Agora, já são 14 registros da doença, segundo a Secretaria Estadual de Saúde. De acordo com a pasta, 11 desses casos são na capital, dois são em Duque de Caxias e um é em Niterói. As amostras foram analisadas pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), laboratório de referência do Ministério da Saúde.
Para o médico Eitan Berezin, consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia, no entanto, o número de casos no Rio de Janeiro ainda não é considerado grande e não precisa ser motivo de preocupação.
“Não é um número muito grande de casos confirmados. Precisa saber a origem dos casos, porque estamos em período de férias, e nesse período as pessoas viajam muito. Muitos dos casos são importados. Então, não é muito claro se vamos ter ou não uma epidemia de sarampo”, analisa o infectologista.
Ele explica que, quando uma doença para de ocorrer com frequência, as pessoas deixam de se vacinar ou não tomam as doses necessárias para a prevenção. E é nesse momento que ocorre a disseminação dos casos. O sarampo é uma doença infecciosa grave, extremamente contagiosa, que pode evoluir com complicações. A vacinação é essencial, ainda mais sendo a única forma de se prevenir contra a doença.
O médico lembra que a doença provoca uma queda na imunidade do paciente. “Você começa a ter febre, com alguns sintomas respiratórios, como coriza nasal, e depois começa a manchar o corpo. Normalmente, o primeiro lugar que começam as machas é atrás da orelha e depois se espalha. O sarampo é uma doença que caracteristicamente provoca uma queda na imunidade. A pessoa pode ter uma pneumonia associada ao sarampo. É essa queda que propicia outras infecções mais graves”.
A secretaria garante que reforçou a campanha de vacinação: “Desde a primeira suspeita da circulação de sarampo, a SES [Secretaria Estadual de Saúde] vem trabalhando em parceria com os municípios, inclusive realizando vacinação de bloqueio”, informou o órgão, em nota.
A proteção contra o sarampo faz parte das vacinas Tríplice Viral e Tetra Viral, disponíveis conforme calendário de vacinação do Ministério da Saúde para crianças entre 12 e 15 meses. Devem ser vacinadas as crianças a partir de um ano e adultos de até 49 anos que não tenham sido imunizados. Aqueles que tomaram as duas doses da vacina não precisam tomar nova dose.
VACINAÇÃO CONTRA SARAMPO
A partir da união dos vírus enfraquecidos do Sarampo, Rubéola e Caxumba, a Triviral ou Tríplice Viral é tida como uma das vacinas mais seguras justamente por sua composição, que engloba alguns dos vírus mais comuns que atingem os seres humanos. A vacina também é composta da proteína do ovo de galinha e em alguns casos podem ter lactoalbumina – proteína advinda do leite da vaca.
É indicada para crianças, adolescentes e adultos. No entanto, é contraindicada para gestantes, pessoas que estão tomando alguma medicação e pessoas com a imunidade já comprometida por outras doenças. Para pessoas com alergia ao ovo, a Tríplice Viral não necessariamente é contraindicada. Estudos já comprovaram que mesmo os indivíduos com esse tipo de alergia podem não ter reações. De qualquer forma, o mais indicado é que a vacinação aconteça em um hospital ou centro hospitalar, para caso haja a necessidade de um atendimento anafilático.
Para os adultos, a indicação é que as duas doses obrigatórias sejam tomadas ao longo da vida. Já para as crianças, as recomendações segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) são de que a primeira dose seja tomada aos 12 meses de idade, e a segunda quando a criança estiver entre 1 ano e 3 meses e 2 anos de idade. Outra indicação é que o intervalo entre as doses seja de 30 a 60 dias.