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DEIXARIA DE PRESCREVER VACINAÇÃO QUE PODE PREVENIR CERCA DE DOIS MILHÕES DE CASOS DE DOENÇAS E MORTES, ANUALMENTE?
Atualizado em: 30/04/2018 às 09h2230ab18, NBellesi, CLIMEP – Certamente que não. Creio que cada colega médico recomendaria o cuidado para evitar tanto sofrimento, despesa, hospitalização, cirurgia e morte, que atinge quase 10% dos brasileiros no decorrer da vida. É isso mesmo: o papilomavírus (HPV) constitui-se a principal causa de DST no Brasil, causando anualmente cerca 1.900.000 casos de condiloma, 15 mil casos de câncer de útero, 10 mil casos de câncer de boca e faringe, além de câncer de ânus, vagina, vulva, pênis. (INCA; Fedrizzi EN).
A vacinação HPV é uma das mais seguras e efetivas de todas as que foram desenvolvidas e licenciadas até o momento. É semelhante à vacina de hepatite B: apenas o envoltório do vírus. É, portanto, inativada, uma vacina constituída apenas de proteínas imunogênicas. É muito efetiva. Na Austrália, que começou a vacinação em 2007, observa-se redução de condiloma em 90% de sua população vacinada, ou não (sim, porque pessoas imunizadas interrompem a cadeia de transmissibilidade).
Tem apenas um problema: é pouco prescrita. Vacinação precisa de prescrição, como exame, de requisição. Quando amigo recomenda vacinação cerca de 10% atende; quando médico prescreve vacinação, cerca de 80% atende (CDC, EUA). A vacinação HPV é recomendada para pré-adolescentes, adolescentes, adultos jovens e até na maturidade.
Ao prescrever vacinação HPV estima-se que, para cada cem (100) pacientes vacinados, haverá prevenção de 10 casos de condilomas e um caso de câncer. É muito simples. Prescreva:
1) vacinação HPV
2) atualização das demais vacinações.
Dessa forma estará exercitando importante serviço em benefício do paciente e da comunidade, pois a vacinação de um pode proteger muitos…
Newton Bellesi, médico infectologista e imunoalergologista, CRM-PA 765, RQE 2483 e RQE 5110, nbellesi@climep.com.br.