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Brasil É O 4º País Que Menos Reduz A Mortalidade Materna No Mundo
Atualizado em: 02/11/2017 às 14h25
24abr15, DOC Content – A ONU estabeleceu a meta de que o Brasil diminuísse em 75% as mortes maternas de 1990 a 2015. Entretanto, o país não conseguirá atingir o objetivo este ano. A redução de casos envolve mães que morrem no período da gestação até a oitava semana após o parto.
A observação do não cumprimento da meta é de uma pesquisa que faz parte do relatório de monitoramento da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher (CEDAW, na sigla em inglês) da ONU. De acordo com a OMS, o Brasil reduziu sua taxa de mortes maternas em 43% de 1990 a 2013, menos que Peru (64%), Bolívia (61%) e Honduras (61%).
O perfil das mulheres que morrem em decorrência da gestação, conforme o relatório de monitoramento da CEDAW são as pardas e negras. Entre 2009 e 2011, por exemplo, morreram 1.757 mães brancas e 3.034 mães negras e pardas, 73% a mais.
Para o ginecologista e obstetra, vice-presidente da região nordeste da FEBRASGO, Olímpio Barbosa Moraes Filho, os dados fazem referência à atual realidade do sistema de saúde. “A maior parte dos especialistas não está preparada para fazer o diagnóstico e rastreamento de complicações da gestação. O que acontece é que muitos profissionais de saúde não sabem dar seguimento, acompanhamento e rastreamento de um caso específico de saúde da gestante. Assim, a conduta incorreta traz complicações irreversíveis”, pontua.
Por outro lado, a mortalidade materna no Brasil não deve estar associada especificamente ao médico, mas ao sistema de saúde que é falho. O Dr Olímpio considera que os dados de não redução de morte de gestante está intrinsecamente ligado ao Estado, que não investe em qualificação, em medicamentos e estrutura para receber as gestantes.
Referências: Febrasgo: http://www.febrasgo.org.br/site/?p=10885